Exames hormonais femininos: Veja os mais importantes!
Os hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas do sistema endócrino. Eles estão presentes no organismo de homens e mulheres. Mas você sabia que é justamente nas mulheres que alterações nessas substâncias geram sintomas de maior desconforto? Por isso, hoje vamos falar dos exames hormonais femininos e descobrir quais são os mais importantes.
Mas antes de mergulhar no assunto, é preciso entender que o sistema hormonal feminino merece atenção em todas as fases da vida. Tanto para evitar ou controlar as indesejadas espinhas durante a adolescência, quanto para amenizar os famosos calorões que antecedem a menopausa.
Entre alguns fatores que influenciam na quantidade de hormônios no organismo estão:
- Hora do dia
- Idade
- Ciclo menstrual
- Estado de saúde
- Uso de medicamentos
- Estresse e fatores emocionais
- Gravidez
- Amamentação
Influência dos hormônios femininos na rotina
Ao longo da vida, existem fatores externos e internos que influenciam diretamente na nossa rotina, por isso, eles podem provocar alterações que são recebidas de maneiras diferentes, provocando uma série de mudanças no nosso organismo. Entre os fatores internos estão os hormônios. Eles são os principais responsáveis por manter o equilíbrio destas alterações.
Por isso, é muito importante realizar os principais exames hormonais de rotina, pois eles vão nos ajudar a entender como anda nossa saúde. Veja quais são os procedimentos indicados conforme a faixa etária:
Exames hormonais femininos na adolescência
Essa é a fase de transição entre a infância e a vida adulta, por isso, naturalmente a adolescência é marcada por muitas mudanças, dentre elas, mudanças hormonais.
É comum que a primeira visita ao ginecologista aconteça nesse período, logo com o início da menstruação. Esse é um momento importante, pois é preciso saber lidar com as alterações físicas e de humor comuns a essa fase, além de pensar em como lidar com temas tabus, como a sexualidade.¹
Na adolescência, alguns exames hormonais se mostram importantes para avaliar como está o crescimento e o amadurecimento do corpo da menina/mulher, por exemplo: ²
Hormônio do crescimento (GH)
Produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio, esse hormônio é responsável pelo o crescimento físico desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens dos ossos (epífises), o que ocorre, em geral, entre 15 e 20 anos de idade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, durante a infância, uma criança cresce, em média, 4 centímetros por ano. Já na puberdade, esse valor sobe para 12 ou 13 centímetros por ano. Porém, se nesse período, o crescimento for menor que 4 centímetros ao ano, é sinal de que pode haver deficiência na produção desse hormônio, por isso o médico deve ser consultado.³
Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH)
O FSH é um hormônio feminino que estimula a secreção de estrogênio, responsável pelo desenvolvimento do folículo que contém o óvulo. É o hormônio regulador do crescimento, desenvolvimento, reprodução e secreção de outros hormônios sexuais durante a puberdade. A progesterona é estimulada por outro hormônio, o luteinizante (LH). Juntos esses dois hormônios realizam a liberação do óvulo durante o ciclo menstrual.
Na adolescência, é comum que distúrbios hormonais estejam relacionados a quadros de acne, e também ao aparecimento de pelos com padrão masculino no rosto e nas costas, por exemplo. É o chamado hirsutismo. Nos casos em que há suspeita, esses sintomas exigem o monitoramento de hormônios como a testosterona – hormônio masculino que também está presente no corpo da mulher. 4
Exames hormonais femininos na mulher adulta
Na fase adulta, o foco dos exames hormonais passa a incluir uma nova preocupação: o eventual surgimento de distúrbios como o diabetes e as alterações na tireoide.
Nova etapa, novos exames. Aqui podemos citar aqueles exames ligados ao estado geral de saúde, tais como a dosagem da glicose sanguínea e da hemoglobina glicada (HbA1c), aqui relacionados ao hormônio do pâncreas, a insulina. 5
É comum que na fase adulta surjam distúrbios da tireoide. Estes problemas podem passar despercebidos em meio a rotina agitada das mulheres. A questão é que essa glândula, essencial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, também merece atenção na fase adulta, pois costumam causar problemas quando estão desregulados.
A verificação de possíveis alterações no funcionamento da glândula tireoide é feita inicialmente pelo exame de dosagem TSH, principal exame para detecção do hipertireoidismo e hipotireoidismo.6
Sintomas de hipertireoidismo
Veja quais são os sinais do excesso de produção hormonal da glândula tireoide:
- Perda de peso (muitas vezes, bastante intensa)
- Insônia
- Suor excessivo
- Olhos saltados
- Taquicardia
- Hiperatividade
- Sintomas ligados à saúde mental, como por exemplo a ansiedade
Sintomas de hipotireoidismo
Já o hipotireoidismo apresenta sintomas mais evidentes, por exemplo:
- Ganho de peso
- Pele ressecada
- Alterações no ciclo menstrual
- Unhas ressecadas e descamadas
- Cabelo ressecado
- Alterações cardíacas
- Inchaço no rosto
- Fraqueza e dores musculares
- Alterações de memória
- Dificuldade de concentração
Esses dois distúrbios da tireoide são mais comuns nas mulheres e, por mais inofensivos que possam parecer, exigem tratamento e acompanhamento médico regular. No caso do hipotireoidismo o tratamento é para toda a vida.
Exames hormonais femininos na maturidade
O tempo em que a chegada da maturidade era sinônimo de perda de vitalidade ficou no passado. Atualmente, passar dos 50 anos está associado a um renascimento. É uma nova fase da vida, por isso deve ser vivida em sua plenitude, tanto como as outras.
Em termos de saúde da mulher, o foco no cuidado hormonal muda um pouco, então é sobre isso que vamos falar agora.
Mulher madura e novas mudanças hormonais
A partir dos 45 anos o corpo feminino começa a se preparar para mais uma mudança: a chegada do climatério, que é a fase da vida em que os sintomas da menopausa começam a aparecer, pois é o momento onde ocorre a transição entre o período de fertilidade para o fim da capacidade reprodutiva das mulheres.
É importante saber que nessa fase há a queda gradativa na produção do estrogênio, que é o principal hormônio feminino. Logo depois disso, o ciclo menstrual vai se tornando cada vez mais irregular até cessar por completo, finalizando-se com a última menstruação da mulher, conhecida como menopausa. 7
Essa redução progressiva do estrogênio causa um impacto profundo no organismo feminino e pode provocar diversos sintomas. A intensidade varia de pessoa para pessoa.
Sintomas da menopausa
- Ondas súbitas de calor
- Suores noturnos
- Ressecamento vaginal
- Perda da libido
- Dor ou desconforto durante o ato sexual
- Fadiga
- Palpitações
- Dores de cabeça
- Insônia
- Alterações corporais
- Sintomas ligados a alterações de humor, como ansiedade, irritação e depressão.
Nessa fase, há uma queda de estrogênio que causa uma mudança do padrão protetor com relação aos colesteróis, gerando um desbalanço entre o que se chama de colesterol bom e o ruim, por isso esse também são exames que devem ser realizados periodicamente.
Além disso, há a diminuição da capacidade corporal de manutenção de massa óssea, tornando os ossos mais frágeis e favorecendo o surgimento de doenças como a osteoporose. Portanto, os exames hormonais são indicados para verificação de dosagem dos hormônios Estradiol, Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH), para comprovar o climatério.
Por se tratar de uma das condições que mais afetam as mulheres após a menopausa, a osteoporose é certamente uma das principais doenças que exigem atenção da mulher madura. Nesse sentido, exames para verificação das dosagens de cálcio, vitamina D e hormônio paratireoidiano (PTH), se tornam importantes, tanto para detecção inicial como para o acompanhamento dos casos em tratamento.
Outro exame recomendado para a prevenção da osteoporose é o de desintometria óssea, esse, no entanto, é um exame físico (semelhante a um raio x) e não hormonal.
Quero verificar a minha saúde hormonal. Como é feito o exame?
Para verificar se há algum problema hormonal, é necessário que seja feito um exame de sangue. Isso porque, é apenas com a medição dos níveis hormonais presentes na circulação sanguínea, é possível identificar eventuais alterações em suas dosagens.
Vale lembrar que cada exame exige uma preparação específica, por isso, é fundamental questionar o laboratório a respeito dessas informações antes de realizar a coleta. O ideal é se informar sobre a preparação para o exame na hora do agendamento.
Confira todos os exames hormonais dos quais falamos até agora:
Lista de exames hormonais femininos
- Hormônio do crescimento (GH)
- Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH)
- Insulina
- Dosagem do TSH
- Testosterona
- Dosagem de Estradiol
- Dosagens de cálcio, vitamina D e hormônio paratireoidiano (PTH).
Equilíbrio hormonal e estilo de vida 8
Mas você sabia que, além da idade, o estilo de vida da mulher também influencia em seu equilíbrio hormonal? O estilo de vida é muito importante para a manutenção do equilíbrio do organismo. Logo, manter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos regularmente, e evitar o uso de drogas, álcool e cigarro são fatores que contribuem positivamente para a saúde hormonal feminina.
Assim, mais do que procurar manter um estilo de vida saudável e realizar os exames hormonais aqui citados, vale lembrar da importância da avaliação da saúde geral da mulher, independentemente de sua idade. A melhor alternativa é manter uma rotina de visitas periódicas ao médico. Mas isso é algo que pesquisas do Ministério da Saúde mostram que as mulheres já sabem, não é mesmo?
Compartilhe este artigo e ajude na conscientização sobre a importância dos exames hormonais e a atenção à saúde feminina!
Colaborou com esse artigo:
Dra. Karen Rocha De Pauw
Ginecologista – CRM-SP 106923
Site: www.doutorakaren.com
Referências bibliográficas e datas de acesso
1 – Sou mamãe – 08/02/2020
2 – Saúde Abril – 08/02/2020
3 – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – 08/02/2020
4 – Superinteressante – 09/02/2020
5 – Saúde Abril – 10/02/2020
6 – Tireoide.org – 12/02/2020
7 – Gineco.com.br – 12/02/2020
8 – Veja – 12/02/2020