Existe pré-diabetes? Entenda o que é isso
Você já se perguntou se existe pré-diabetes, mesmo, ou se isso, de fato, é um mito científico? É disso que vamos falar hoje. A pré-diabetes existe, sim! E é algo que, sem dúvida, deve criar um alerta em qualquer pessoa.
O termo “pré”, ou seja, algo que vem antes, não é algo que existe na nomenclatura de outras doenças. Mas por que será que ele existe na diabetes? Será que isso significa que é um estado reversível?
A seguir, você vai encontrar:
- O que significa a pré-diabetes.
- Quais são os sintomas da pré-diabetes.
- As causas do problema.
- Os fatores de risco.
- As possíveis complicações.
- O que é a diabetes tipo 2.
Pré-diabetes existe! Entenda o que ela é
Enquanto a diabetes é uma doença incurável, a pré-diabetes é um estado do paciente. Significa, então, que o nível de açúcar no sangue está alto. Porém, não o suficiente para ser diagnosticado como a diabetes tipo 2. Se não houver mudanças no estilo de vida, o paciente com pré-diabetes tem muito mais chance de virar, de fato, diabético. E isso pode ocorrer com crianças e adultos. ¹
Em resumo, a pré-diabetes é o último estágio antes da diabetes. É última chance de não virar diabético, já dentro de um risco bem grande. Ou seja: significa que é a diabetes ainda em período curável. ¹
Então, para normalizar a pré-diabetes e reverter o quadro, você precisa fazer mais atividades físicas de maneira rotineira e manter um peso equilibrado através de alimentos mais saudáveis. É isso que vai ajudar os níveis de açúcar no sangue ficarem dentro dos padrões normais. ¹
Existe sintoma de pré-diabetes?
A diabetes, em si, não é uma doença que da sinais muito óbvios de alerta. Para identificar a pré-diabetes, por exemplo, é necessário muito mais fazer uma autoanálise de como andam seus hábitos e o seu corpo. ¹
Um dos sinais sem dúvida mais visíveis de que o indivíduo entrou na pré-diabetes é o escurecimento da pele em algumas partes do corpo, tais como: pescoço, axilas, cotovelos, joelhos e nos dedos. ¹
Caso você não tenha percebido a pré-diabetes e já esteja na diabetes tipo 2, alguns sinais mais claros vão ocorrer, que são: ¹
- Vontade excessiva de urinar.
- Muita sede.
- Muita fome.
- Visões embaçadas.
- Cansaço extremo (fadiga).
Causas da pré-diabetes
Existem vários fatores que podem surgir como causa da pré-diabetes. O histórico familiar e a genética, por exemplo. Ambos têm um papel relevante na doença. Assim como a falta de atividade física regular e o excesso de peso aliado com aquele acúmulo de gordura ao redor do abdômen. ¹
Em todos os casos, o paciente com pré-diabetes não está mais processando o açúcar adquirido adequadamente. Assim, em vez de cumprir sua principal função, que é dar energia para as células trabalharem, toda essa glicose está sendo acumulada no sangue. ¹
Essa insuficiência, na verdade, está ocorrendo com a insulina, um hormônio que ajuda o corpo a tirar o açúcar da corrente sanguínea e levar para as células. ¹
Na pré-diabetes, o pâncreas está, então, começando a desacelerar a produção da insulina. Ou, também, pode ser que as células estejam ficando resistentes à insulina, impedindo a entrada de tanto açúcar. Afinal, num corpo pré-diabético esse açúcar está entrando em excesso. ¹
Quais são os fatores de risco da pré-diabetes
Os fatores de risco da pré-diabetes são os mesmos da pré-diabetes tipo 2. Confira a lista: ¹
- Excesso de peso – esse é o principal fator de risco da pré-diabetes. Quanto mais tecido adiposo o indivíduo tiver, maior é a resistência das células com a insulina.
- Alimentação de risco – não é só o consumo de alimentos doces que podem levar à pré-diabetes. Uma alimentação de risco inclui muita carne vermelha e alimentos processados, também. Por isso, prefira as frutas, os vegetais, os grãos inteiros e a troca do óleo de soja pelo azeite de oliva ou outros óleos mais saudáveis. Conheça aqui os alimentos permitidos.
- Tamanho do abdômen – quando o abdômen ou cintura estão grandes demais, há, de fato, um indicativo de resistência à insulina. Em homens, a circunferência não deve ser maior do que 100 centímetros. Em mulheres, deve atingir até 88 centímetros.
- Idade – a pré-diabetes pode ocorrer com pessoas de todas as idades, entretanto, o risco é maior depois dos 45 anos.
- Inatividade – você não precisa ser, de fato, um atleta de alto rendimento, tampouco um esportista profissional. Só precisa manter o corpo ativo para fazer o corpo gastar o açúcar ingerido.
- Histórico familiar – quem tem parentes com diabetes deve redobrar a desconfiança.
Fatores de risco menos conhecidos
Se, a princípio, os fatores citados acima são bastante falados, por outro lado os fatores listados a seguir nem sempre são colocados como geradores de risco à pré-diabetes. Sendo assim, confira a lista: ¹
- Síndrome dos ovários policísticos – essa condição ocorre em mulheres que é caracterizada, principalmente, por ciclos menstruais irregulares, juntamente com crescimento excessivo de cabelo e obesidade.
- Apneia – do mesmo modo, a obstrução do sono também aumenta a resistência à insulina.
- Fumo – o tabaco é, sem dúvida, um fator que atrapalha o funcionamento da insulina.
- Diabetes gestacional – mães que tiveram esse tipo de diabetes aumentam as chances do filho ter pré-diabetes, assim como aumenta as chances dela mesma ter diabetes.
- Baixos níveis do colesterol bom.
Consequências
O que é, de fato, a consequência mais séria da pré-diabetes é a evolução irreversível para a diabetes tipo 2. Porém, é importante saber ao que a diabetes tipo 2 pode levar. ¹
- Pressão alta.
- Colesterol alto.
- Problemas do coração.
- Doenças nos rins.
- Danificação do sistema nervoso.
- Problemas de visão com altas chances de cegueira total.
- Amputação de membros.
- Dificuldade em cicatrização de feridas e traumas.
Uma curiosidade: analogamente, a pré-diabetes tem sido estudada diante de uma possível relação com infartos silenciosos e danos nos rins, mesmo antes de evoluir para a diabetes tipo 2. ²
O que é a diabetes tipo 2?
Até aqui, nós citamos diversas vezes a diabetes tipo 2 como uma evolução, em suma, da pré-diabetes. Mas, afinal, por que essa é uma informação importante?
A diabetes tipo 1 é um tipo muito mais raro e que ocorre, em resumo, na infância e na adolescência. Já a diabetes tipo 2 é responsável por cerca de 95% de todos os casos de diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. ³
Em casos de diabetes tipo 2, a doença surge por conta de um acúmulo de hábitos, ou seja, ela é adquirida ao longo da vida e pode ser evitada. Ao contrário da diabetes tipo 1, que é uma condição de saúde que a pessoa já nasce. Nos dois casos, a diabetes é incurável, tendo apenas formas de controle da doença, que é o que falaremos a seguir. 4
Controle da pré-diabetes e da diabetes
A pré-diabetes não exige, portanto, tratamento medicamentoso, apenas uma mudança no estilo de vida, como já falamos. Caso haja necessidade de algum tratamento específico que ultrapasse a mudança de hábitos, só um médico pode receitar. Cuidado com anúncios que prometam a redução do açúcar milagrosamente.
Quando a pré-diabetes evolui para a diabetes tipo 2, aí sim existem diferentes opções de controle da doença. Além dos hábitos saudáveis, que serão ainda mais importantes para evitar as complicações, o médico pode receitar medicamentos ou a aplicação de insulina. 5
Os medicamentos, por exemplo, vão atuar na diminuição da resistência das células à ação da insulina. Alguns, ainda, agem estimulando o corpo a fabricar mais desse hormônio. O endocrinologista é o profissional que vai saber, então, receitar adequadamente um medicamento, considerando as condições do paciente, como a idade e a presença de outras comorbidades. 5
A reposição de insulina é utilizada em casos mais graves de evolução da doença. Estas aplicações devem ser acompanhadas pelo médico regularmente para fazer ajustes de dosagem. Existem insulinas de ação rápida, ultra rápida, bem como intermediárias e de base. 5
O paciente diabético deve fazer exames periódicos para checar possíveis complicações nos rins e na visão. É importante que o paciente e o médico possam avaliar a eficácia do tratamento, a fim de proporcionar mais qualidade de vida ao paciente. A diabetes vai durar a vida toda, por isso nenhum detalhe deve ser ignorado. 5
Pré-diabetes existe, mas o foco deve ser a prevenção
Então, a pré-diabetes, como vimos, está relacionada com uma série de fatores que envolvem, também, outros problemas de saúde. Acima, falamos de colesterol, pressão alta, problemas cardíacos, cegueira, feridas, e várias outras coisas. O que só evidencia a importância de cuidar de todos os aspectos da saúde.
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Obrigado pela leitura e até a próxima!
Colaborou com este artigo:
DR.THIAGO CAVENAGHI CASTANHEIRA
CRM 184.643
Referências bibliográficas e a data de acesso:
1. Mayo Clinic – 06/09/2021
2. Gliconline – 06/09/2021
3. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – 06/09/2021
4. Tua Saúde – 06/09/2021
5. Veja Saúde – 06/09/2021