Alzheimer: conheça os principais tratamentos para a doença
Hoje você irá descobrir quais são os principais tratamentos disponíveis para a doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. Demência é o nome que se dá para um conjunto de sintomas, incluindo perda de memória, dificuldades de raciocínio e de resolução de problemas, problemas comportamentais, de linguagem e até mesmo motores, sendo o último mais comum em fases mais graves da doença. 1
A doença de Alzheimer afeta o cérebro e faz com que ele diminua significativamente de tamanho conforme progride, o que de fato afeta as mais diversas funções cerebrais. É uma doença degenerativa e que não tem cura. Apesar disso, existem diversos tratamentos disponíveis que visam retardar a progressão do problema a fim de proporcionar ao portador e seus cuidadores mais qualidade de vida. No decorrer do artigo, falaremos sobre os benefícios dos seguintes tratamentos para o Alzheimer:
- Medicamentos;
- Musicoterapia;
- Psicoterapia;
- Terapia Ocupacional;
- Fisioterapia.
Quer saber mais? Então continue a leitura!
Alzheimer: tratamentos medicamentosos
A administração de medicamentos específicos é de fato um dos tratamentos indispensáveis para a doença de Alzheimer. A terapia medicamentosa têm como objetivo desacelerar a progressão da doença, diminuir os sintomas cognitivos causados por esse tipo de demência, como perda de memória e confusão mental e melhorar os sintomas comportamentais e psicológicos, como distúrbios do sono, agitação, alucinações e delírios, por exemplo.2
Vale lembrar que a administração desses medicamentos só pode ser feita com a orientação de um médico neurologista ou geriatra. Esses são os especialistas mais capacitados para avaliar os sintomas e orientar o tratamento mais adequado para cada caso. Também é importante ter em mente que a pessoa com Alzheimer pode não conseguir se lembrar de tomar as medicações por conta própria. Por isso, é importante que essa pessoa tenha uma rede de apoio que auxilie e garanta que as medicações sejam tomadas corretamente, pensando em estratégias que ajudem a pessoa a ter controle sobre as doses e a frequência em que são tomadas, evitando, inclusive, que ela administre a mesma dose mais de uma vez por ter se esquecido que já o fez.
Terapias para a doença de Alzheimer
Como dissemos no início do artigo, não são só os medicamentos que são capazes de ajudar a pessoa com Alzheimer a viver com mais qualidade de vida. É claro que eles são indispensáveis, e nenhuma terapia substitui a necessidade deles. Mas a verdade é que existem diversas terapias que podem ser aliadas dos pacientes e suas famílias, melhorando e muito a saúde mental e física do paciente.
Quer saber mais? Então confira que terapias são essas e como elas podem ajudar:
Musicoterapia
A musicoterapia certamente se destaca entre os tratamentos para Alzheimer por seu incrível potencial de melhorar a qualidade de vida do paciente. Esse tipo de terapia oferece uma série de benefícios, e isso vale até mesmo para os estágios mais avançados da doença.
Estudos demonstram que a musicoterapia melhora o foco do paciente, sua capacidade de se comunicar com as pessoas próximas e os sintomas ligados à depressão e ansiedade, o que leva a uma diminuição da dependência da pessoa por medicamentos relacionados a essas condições. 4 Além disso, em alguns casos, a musicoterapia colabora até mesmo no recordar de memórias “perdidas” e na melhora da alimentação. 5
Entenda como isso acontece na prática:
- A musicoterapia pode ser individual, em grupo, ou ainda ser aplicada das duas formas. Os profissionais capacitados para esse tipo de tratamento são aqueles com formação acadêmica em musicoterapia ou profissionais de saúde como psicólogos, médicos e enfermeiros que tenham feito pós graduação na área.
- O musicoterapeuta pode utilizar diversas abordagens durante o tratamento. A escolha dessas abordagens depende muito do grau de comprometimento cognitivo e motor do paciente. Em algumas práticas terapêuticas, o paciente participa ativamente da atividade musical, interagindo através do canto ou do tocar de instrumentos. Mas não se engane: até mesmo pacientes que se encontram em graus mais avançados da doença e que muitas vezes se mostram indiferentes ao ambiente ao seu redor podem responder positivamente às práticas musicoterápicas.
- Tocar músicas que foram marcantes na vida da pessoa são técnicas especialmente utilizadas no tratamento do Alzheimer. Esse tipo de estímulo é, sem dúvida, capaz de despertar memórias, o que ajuda o paciente no sentido de possibilitar uma reconexão com entes queridos e até mesmo com sua própria identidade. Em pacientes terminais, voltar às canções de ninar e aquelas geralmente aprendidas na infância pode proporcionar momentos e sentimentos reconfortantes.
- A musicoterapia em grupo é especialmente interessante para estimular a interação social entre pacientes. A prática musical pode envolver atividades como passos de dança, sempre que isso estiver dentro das possibilidades físicas do paciente. A atividade física somada a interação e outros benefícios fisiológicos e cognitivos proporcionados pela musicoterapia podem então promover o bem-estar e, consequentemente, a diminuição do estresse, ansiedade e depressão dos pacientes. 4
Psicoterapia
Após o diagnóstico inicial, é altamente recomendado o acompanhamento de um psicólogo especializado. Este é certamente um dos tratamentos mais significativos para o paciente com Alzheimer, pois a terapia o auxilia a lidar com sintomas de depressão, agitação e ansiedade — problemas que muitas vezes são causados pela doença. Além disso, a psicoterapia também é eficaz para minimizar problemas cognitivos como delírios, por exemplo.
A depressão ocorre em até 40% dos pacientes com Alzheimer, sendo de fato um dos problemas psicológicos mais comuns que acompanham a doença. Pensando nisso, fica mais fácil entender o papel do psicólogo na qualidade de vida do paciente. À medida que o Alzheimer progride, no entanto, a psicoterapia se torna menos útil. Isso porque, com o declínio cognitivo, a capacidade de expressar sentimentos pode ser perdida.
Mas, os cuidadores podem continuar a se beneficiar do trabalho de um psicólogo. Ainda que o foco do artigo são as formas de ajudar o paciente, vale lembrar que para cuidar do outro, o cuidador também precisa de cuidado. O papel do cuidador é importante, e muitas vezes, exaustivo. Então, fazer psicoterapia também é muito importante para os cuidadores da pessoa com Alzheimer. 3
Terapia Ocupacional
Os profissionais da terapia ocupacional também ajudam as pessoas com a doença de Alzheimer e seus cuidadores de diversas formas. Eles podem auxiliar na adaptação do ambiente e a encontrar formas de incluir o paciente nas atividades do dia a dia de forma segura e eficiente. O principal objetivo é reabilitar essas pessoas para que elas tenham mais autonomia e qualidade de vida.
O ideal é que haja participação ativa dos cuidadores, que podem fazer parte do processo compartilhando informações sobre o dia a dia para que o terapeuta possa instruir, incentivar e recomendar exercícios e mudanças que tornem mais fáceis a execução de tarefas de forma mais independente. Isso pode ser feito através da criação e modificação de rotinas e da implementação de equipamentos adaptativos, quando necessário.
Além disso, o terapeuta ocupacional também pode determinar se a pessoa responde melhor a certos tipos de atividades e implementar outras estratégias de comunicação para trabalhar com o paciente e os cuidadores. De fato, tanto o paciente quanto os familiares e cuidadores se beneficiam do trabalho do terapeuta ocupacional. Isso porque, à medida que o paciente progride e recupera parte de sua independência, ele tende a ter melhoras significativas em várias áreas, como a satisfação pessoal e saúde mental, e toda essa possibilidade de melhora certamente reduz a sobrecarga do cuidador, resultando em mais qualidade de vida para todos. 6
Fisioterapia
A fisioterapia é mais um dos tratamentos para o Alzheimer que tem o papel surpreendente de melhorar os sintomas da doença, bem como retardar a sua progressão. O fisioterapeuta é um especialista que pode ajudar a minimizar limitações motoras e a estabelecer um programa de exercícios que mantenha a pessoa com Alzheimer em movimento. A atividade física é uma das formas mais eficazes de melhorar a saúde do cérebro, e é por isso que a progressão da doença desacelera. Além disso, as atividades físicas regulares orientadas por um profissional qualificado ao longo dos estágios da doença de Alzheimer melhoram áreas como:
- Equilíbrio;
- Fluxo de sangue para o cérebro;
- Resistência;
- Flexibilidade;
- Força muscular.
A fisioterapia também ajuda a minimizar problemas comportamentais como a agressividade. O terapeuta aplica movimentos e alongamentos que liberam neurotransmissores que acalmam o cérebro, e esses exercícios podem ser ensinados ao cuidador para que ele aplique as práticas em casa, por exemplo. Um estudo descobriu que pessoas com Alzheimer que fizeram fisioterapia regularmente por um período de 2 anos tiveram menos hospitalizações relacionadas a problemas comportamentais. 7
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Obrigada pela leitura!
Colaborou com este artigo:
DR.THIAGO CAVENAGHI CASTANHEIRA
CRM 184.643
Referências e datas de acesso:
- Scielo – Acesso em 31/08/2021.
- Alzheimer’s Association – Acesso em 31/08/2021.
- Everyday health – Acesso em 31/08/2021.
- Arbor Company – Acesso em 31/08/2021.
- Web MD – Acesso em 31/08/2021.
- AOTA – Acesso em 31/08/2021.
- Alzheimers – Acesso em 31/08/2021.