Esclarecemos 9 mitos e fatos sobre fibromialgia
O que você sabe, de fato, sobre fibromialgia? Você conhece alguém que vive com a doença? Aliás, você sabia que isso é uma doença e que ela não tem cura?
A verdade é que existe, ainda, muita desinformação sobre a fibromialgia. Muitas pessoas chegam a disfarçar sua situação por não serem compreendidas, por exemplo, no ambiente de trabalho. São tidas como preguiçosas e que reclamam de dores que “todo mundo tem”. Mas isso não é verdade.
E é por conta disso que a fibromialgia é, como tantas doenças, atingida por uma enorme quantidade de equívocos. Um fala daqui o outro fala dali e, quando nos damos conta, mal sabemos o que é mito e o que é fato. A seguir, nós vamos te esclarecer as seguintes questões:
- Fibromialgia está só na cabeça do paciente?
- O diagnóstico da fibromialgia é algo generalizado?
- Fibromialgia só afeta mulheres?
- Essa doença está ligada à artrite?
- Pacientes com fibromialgia precisam seguir uma dieta especial?
- Quem tem a doença deve evitar exercícios?
- Fibromialgia é só cansaço?
- Qualquer medicamento de dor funciona?
- Por não ter cura, não adianta, então fazer nada?
Vamos falar sobre fibromialgia: o que é esta doença?
Antes de falar sobre o que é verdade e o que não é, uma breve explicação sobre fibromialgia.
A fibromialgia é um distúrbio crônico que acontece no sistema nervoso central. Como resultado, em resumo, ela acomete o paciente de dores por todo corpo e um excesso de cansaço, ou seja, a fadiga. 1,2
Por ser crônica, a doença não tem hora para acontecer. Num dia, você acorda super bem, como se nada te afetasse. No outro, você mal dorme, mal levanta da cama. 1,2
O diagnóstico é muito importante, principalmente para entender se é fibromialgia ou alguma doença diferente. Algumas patologias que podem ser confundidas com a fibromialgia incluem: lúpus, resistência ao hormônio da tireoide e artrite reumatoide. Mas, claro, essas doenças também podem, sem dúvida, coexistir com a fibromialgia. ¹
Esclarecer fatos e mitos sobre a doença é importante não apenas para os pacientes, como também para a sociedade em geral. Normalmente, as pessoas dizem afirmações como as que veremos a seguir na intenção de ajudar. Mas nada como saber separar a verdade dos equívocos. ¹
Mito 1 – “A fibromialgia é coisa da sua cabeça”
Não, a fibromialgia não é coisa da sua cabeça. Claro que, a princípio, pode ser difícil perceber que existe alguma coisa errada. As crises podem acontecer em intervalos curtos ou longos e, sem dúvida, dores qualquer pessoa pode ter. O que diferencia é a frequência das crises e o fato de elas surgirem do nada. ²
Portanto, na maioria das vezes, quando o paciente procura ajuda médica, é porque isso já está acontecendo há tempo suficiente para não ser “apenas fruto da imaginação”. Até mesmo para os médicos pode ser mais complicado diagnosticar o paciente na primeira consulta. ²
Além disso, pacientes que têm a doença sofrem dores musculares reais generalizadas. Não é como bater o braço e sentir uma dor. É pelo corpo inteiro. ²
Mito 2 – “A fibromialgia é um diagnóstico generalizado”
Primeiramente, é importante que a palavra “generalizado” do tópico anterior não seja confundido com a generalização do diagnóstico. ²
Muitas pessoas acreditam que a fibromialgia, na verdade, é um nome substituto para quando os médicos não chegam à exata conclusão do que o paciente sofre. É o contrário disso. O diagnóstico da doença tem critérios específicos. Eles foram desenvolvidos nos Estados Unidos pelo American College of Rheumatology. Ou seja, a fibromialgia existe e deve ser levada a sério. ²
O diagnóstico leva em conta os seguintes fatores: 2,3
- Dores em várias áreas do corpo e nos dois lados.
- Sintomas adicionais, tal como fadiga, incapacidade de dormir por várias horas e dificuldade de concentração.
- Duração longa dos sintomas – a partir de 3 meses.
- Falta de causas aparentes para as dores.
Mito 3 – “Fibromialgia só afeta mulheres”
Aqui, é fácil de entender de onde vem essa informação. O curioso sobre fibromialgia é que mais de 80% das pessoas diagnosticadas são do sexo feminino. Porém, não existe um motivo claro para isso. Alguns estudiosos acreditam que possa ter ligação com questões hormonais. Porém, ainda não existe confirmação. ¹ Além disso, existe o fato de que as mulheres costumam buscar atendimento médico com mais frequência, o que pode explicar essas estatísticas, pelo menos em parte. 5
Então vale ressaltar: ainda que o número de homens com a doença seja muito mais baixo, eles não estão imunes. ¹
Mito 4 – “Fibromialgia tem a ver com artrite”
Apesar de terem semelhanças, fibromialgia e artrite não são a mesma coisa, como uma parte das pessoas acredita. Na prática, as semelhanças, inclusive, são poucas: dor, fadiga e o fato de serem doenças reumáticas. ²
Ao contrário da artrite, a fibromialgia não age afetando as articulações, mas sim os músculos e os tecidos moles. E mais: a fibromialgia não causa inflamações, como a artrite. Ou seja, a fibromialgia causa dores físicas, mas com origens nervosas, a partir de comandos do cérebro. ²
Mito 5 – “Quem tem fibromialgia precisa de uma dieta especial”
Até hoje, nenhuma dieta específica foi considerada eficaz para reduzir e controlar os sintomas da fibromialgia, de acordo com o National Institute of Health, dos Estados Unidos. ²
O que é fato, no entanto, é que o paciente precisa seguir uma dieta saudável e equilibrada. Dando, assim, preferência por grãos inteiros, proteínas magras, pouca gordura, frutas, vegetais e bastante água. Nada que não seja igualmente recomendado para qualquer pessoa. ²
Contudo, pacientes de fibromialgia precisam limitar consumo de alimentos que possam deixá-los com muita energia, como cafeína, açúcar refinado e álcool. ²
Mito 6 – “Exercícios não fazem bem para quem tem fibromialgia”
Exercícios são, de fato, formas muito eficazes no controle da fibromialgia. Em particular, exercícios aeróbicos como caminhada, natação, hidroginástica e ciclismo. 2,4
Os exercícios, em síntese, são capazes de deixar o corpo preparado através de alongamento e desenvolvimento de força. Pode ser muito útil ter um corpo fortalecido para enfrentar os dias ruins. 2,4
No começo, até estar habituado, as dores decorrentes dos exercícios podem parecer um fardo para quem tem a doença. Porém, ao longo do tempo, o corpo acostuma e tudo fica mais fácil. 2,4
Mito 7 – “Fibromialgia é só cansaço”
Tá aí um mito que certamente pode trazer muita chateação para quem sofre da doença. Essa é uma afirmação que gera muito preconceito. Imagine, por exemplo, faltar ao trabalho duas vezes seguidas e alguém dizer que você só está cansado! ²
A fibromialgia causa mais que cansaço, causa fadiga. Além disso, a fadiga não acontece de maneira isolada. Ela vem, quase sempre, acompanhada de dor, perturbação do sono, alterações do humor, entre outras coisas. É uma bola de neve de sintomas e um influencia o outro a tudo parecer muito pior. ²
Mito 8 – “Qualquer remédio de dor funciona”
Além de ser um mito, é importante saber que mitos sobre medicamentos são perigosos. Aqueles medicamentos comuns anunciados na TV para dores de cabeça e sintomas do dia a dia não vão solucionar as questões de quem tem fibromialgia. 4
Além disso, é importante consultar um médico para entender melhor os tratamentos disponíveis. Em geral, é um tratamento multidisciplinar. É importante manter o corpo fortificado através dos exercícios físicos tanto quanto seguir à risca as medicações receitadas. 4
Como vimos, os pacientes com fibromialgia não apresentam apenas a dor como sintoma. Geralmente, o paciente pode sentir fadiga, alterações no humor, ansiedade e até mesmo alterações no sono. Consequentemente, são muito utilizados medicamentos que agem na dor e na melhora de todos esses sintomas. E, é claro que, quando o paciente está depressivo, a associação com antidepressivos é muito efetiva na melhora do quadro do paciente como um todo.
Além disso, sintomas relacionados ao sono, por exemplo, podem ser melhorados com técnicas de higiene do sono, quando feitas adequadamente. 4
Mito 9 – “Se não há cura, não há nada que você possa fazer”
Todos os mitos quebrados acima ajudam, enfim, a entender melhor o nosso nono e último mito. Ainda que a fibromialgia seja uma doença que precisa ser mais difundida na sociedade e, tantas vezes, pareça que você está lutando sozinho, existem muitas opções para melhorar a qualidade de vida. ²
Como vimos, existem opções farmacológicas e não farmacológicas. Se o paciente combiná-las da maneira certa, o sofrimento certamente vai ser menor. ²
Com tantas formas de controle da doença, a sua relação com o médico é essencial. São os profissionais de reumatologia que vão, de fato, saberem reajustar seu tratamento caso uma coisa ou outra não esteja fazendo o efeito desejado. ²
É muito importante falar sobre fibromialgia
A fibromialgia é uma doença que afeta as pessoas de forma física, mental e social. E pode não ser algo tão visível, mas a percepção social desse paciente é muito importante. Quando todos entenderem o que é, de fato, essa doença, as pessoas vão começar a olhar diferente para quem sofre com as dores constantes.
Por isso, recomendamos um outro artigo aqui do site sobre a fibromialgia. Neste link, você vai saber um pouco mais sobre como são os sintomas e de que maneira eles afetam o bem-estar.
E falando em bem-estar e saúde, aqui no site temos vários artigos para ler gratuitamente. Por aqui, você fica bem informado sobre vários assuntos de maneira fácil e revisada por profissionais. Siga-nos, também, no Facebook e no Instagram para interagir e tirar suas dúvidas!
Obrigado pela leitura e até a próxima!
Referências bibliográficas e a data de acesso:
1. National Fobromyalgia & Cronic Pain Association – 12/09/2021
2. Everyday Health – 12/09/2021
3. Medline Plus – 12/09/2021
4. Sociedade Brasileira de Reumatologia – 12/09/2021
5- AgênciaBrasil – 23/09/2021.